Lula e presidente sírio
discutirão conflito no Oriente Médio
Bashar al Assad faz giro pela América Latina e diz que Brasil tem credibilidade com árabes
Al Assad chega a Cuba com sua mulher, Asma; presidente sírio quer Brasil nas negociações de paz do Oriente Médio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá nesta quarta-feira (29) seu colega sírio, Bashar al Assad, com quem abordará, entre outros assuntos, o conflito no Oriente Médio, no qual o Brasil tenta exercer um ativo papel mediador.
Assad chegará a Brasília procedente de Cuba, segunda escala de sua primeira viagem pela América Latina, que também incluiu uma visita à Venezuela e que será concluída na próxima sexta-feira na Argentina.
Segundo o próprio líder sírio, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, um dos assuntos principais da reunião será o conflito no Oriente Médio e o papel do Brasil como "negociador ativo" no processo de pacificação.
- Enxergamos o Brasil como uma potência emergente no cenário internacional.
Assad disse crer que o governo Lula pode ajudar a "estabilizar" o Oriente Médio e colaborar para a abertura de novos espaços para o diálogo com Israel. Assad citou como exemplo o acordo conseguido pelo Brasil e Turquia, rejeitado depois pelas grandes potências, para a troca de urânio iraniano pouco enriquecido por combustível nuclear, que em sua opinião ainda pode servir como base para negociações com Teerã.
Al Assad diz que Brasil tem credibilidade
Segundo o presidente sírio, o Brasil é um país com "credibilidade" e "pode ajudar" a propiciar um amplo diálogo no Oriente Médio. Lula se empenhou pessoalmente em fazer o Brasil participar como "ator ativo" no processo de pacificação do Oriente Médio e se ofereceu como "mediador confiável" aos governos de Israel e Irã, assim como à Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Fontes oficiais do país disseram que Lula e Al Assad abordarão diversos assuntos da relação bilateral, com ênfase na troca comercial, que no ano passado alcançou a soma de US$ 307 milhões (R$ 600 milhões), com a balança inclinada quase totalmente em favor do Brasil.
Além disso, no marco do encontro entre os líderes, serão assinados acordos de cooperação nas áreas jurídica, de educação e saúde.